Mundo da moda digitaliza seus modelos


Modelos, cuidado. Um bando de manequins quer roubar o seu emprego.
Varejistas do mundo da moda, incluindo a gigante mundial de confecções H&M e a empresa nórdica de roupa jovem JC, estão cortando custos e o estresse associado às sessões de fotos de moda. Em vez de lidar com prima-donas e fotógrafos exigentes, algumas empresas estão se voltando para pessoas de plástico e uma sofisticada tecnologia de processamento para elaborar seus catálogos on-line.
"Para fotos de catálogo, nós não pagamos mais para modelos, fotógrafos e estilistas de cabelo e maquiagem", disse Ilan Benhaim, cofundador da loja francesa de varejo on-line Vente-Privee. "O que temos são duas pessoas no estúdio vestindo o manequim e um sistema de controle de qualidade."
A empresa por trás da tecnologia se chama Looklet, de Estocolmo, da qual a Vente-Privee possui hoje uma participação acionária. Para criar os modelos virtuais, a Looklet fotografa profissionais de carne e osso, divide as fotos em braços, pernas e rosto, assim como menores partes do corpo como olhos e cabelos. Separadamente, fotografa peças de roupa em um manequim. As fotos das pessoas e das peças de roupa são colocadas em um software com o qual os designers podem misturá-las em combinações de cabelo, tons de pele, posturas corporais, combinações de roupa e até expressões faciais.
Embora não tão atraentes quanto as fotos de moda de alta qualidade, o método é eficiente. A Vente-Privee, por exemplo, vende em seu site uma variedade de marcas em constante mutação, e essa estratégia lhe permite produzir no estúdio 50% mais mostruário a cada dia. A varejista fotografa mais de 500.000 produtos por ano, usando 2,5 milhões de imagens, e estima ter cortado os custos de produção em cerca de dois terços com os modelos virtuais.
Antes de mudar para a Looklet em 2010, a Vente-Privee poderia perder um tempo valioso de produção esperando que fotógrafos atrasados aparecessem ou ao final descartando imagens porque as roupas não tinham sido passadas de forma adequada, informou a firma francesa.
A Looklet, que emprega 30 pessoas, chegou ao mercado em 2009 com uma comunidade social on-line que permitia que candidatos a estilistas vestissem e produzissem seus próprios manequins virtuais. O conceito de misturar e combinar foi um sucesso, chegando a 600.000 membros em questão de meses.
Seus fundadores rapidamente perceberam o valor comercial do conceito. "Se você manuseia grandes volumes de roupas e acessórios, organizar fotos é um pesadelo logístico", disse Robert Ahlborg, fundador da Looklet responsável pela área de desenvolvimento.
Mas será que os consumidores mais exigentes aceitam?
A H&M aderiu cedo à tecnologia. Seus modelos falsos acabaram convincentes demais. No ano passado, ela foi bombardeada por não revelar que seus modelos não eram reais porque, em tese, usar pessoas falsas pressiona ainda mais homens e mulheres a tentar ter um visual perfeito. Organizações de ajuda a pessoas com distúrbios alimentares criticaram o que chamaram de uso desnecessário de modelos falsos, enquanto blogueiros incentivaram leitores a fazerem abaixo-assinados pedindo à H&M para usar modelos reais.
Looklet
Imagem produzida pela composição de fotos de modelos usando o software da Looklet.
A H&M, que afirma nunca ter escondido o uso de manequins virtuais, vê vantagens na tecnologia. "É uma forma de mostrarmos nossos produtos de vários ângulos do mesmo jeito que mostramos nossas roupas nos manequins das vitrines das lojas", disse a porta-voz da empresa, Camilla Emilsson-Falk.
Ahlborg viu o alvoroço como uma legitimação da tecnologia. "Estamos bastante satisfeitos que tenha levado mais de um ano e meio para alguém notar que a H&M usava modelos virtuais", disse ele.
Para a Vente-Privee, o desafio foi convencer seus fornecedores, incluindo as marcas Ivanka Trump e a Diesel. Alguns estavam descrentes no início. "Eles disseram não: 'Eu quero um modelo real. Vende mais' ", disse Benhaim. "Nós dissemos: 'Não, olhem os resultados. Aumentamos nossa receita em mais de 20% com os modelos da Looklet em comparação aos modelos reais."
Mais de 90% das fotos dos modelos da Vente-Privee são feitas usando os manequins da Looklet e varejista estima ter vendido mais de 280.000 produtos por meio da tecnologia da Looklet em 2012.
A JC, a rede de moda jovem, usa a Looklet para exibir todo o seu catálogo on-line porque é mais rápido. Os clientes a veem como um jeito único de comprar. "Nossos clientes, especialmente as garotas, adoram combinar roupas", disse Eleonore Säll, diretora responsável pelas operações on-line da JC.
Ainda assim, mesmo as empresas mais propensas à digitalização continuam a trabalhar com alguns modelos reais, e especialistas não acreditam que a tendência irá eliminar o lado humano da indústria. Companhias como a H&M, por exemplo, acreditam fortemente em celebridades, como David Beckham, para vender roupas. E manequins não podem desfilar nas passarelas.
Fredo Kazemi, diretor-presidente da agência Elite Model Management em Estocolmo, não está tremendo nas bases, mas acredita que os avatares criados por computador acabarão virando um fator competitivo para os modelos que vivem de fazer sessões de fotos para uma série de varejistas.
"Ainda não é uma ameaça, mas você tem que ser realista. É uma questão de custo e, se você pode digitalizar, você vai", disse ele. "Com o tempo, isso vai reduzir o trabalho dos modelos, mas não acho que vai acontecer antes dos próximos 10 ou 15 anos."
A Looklet ainda baseia suas imagens em fotos de pessoas, que orientam a criação de manequins com um visual real. Mas ela disse que paga uma grande soma para um pequeno grupo de modelos e então ganha direitos irrestritos para reutilizar as fotos. Há planos em andamento para criar manequins para crianças e modelos extragrandes.
O maior inconveniente? "Se nossos clientes tem alguma reclamação a fazer, é que eles não têm mais belas modelos andando pelo escritório", disse Ahlborg . "Mas isso não é o mais importante para os caras que cuidam do dinheiro."
Fonte: The Wall Street Journal/Artigos

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