Casa do Conde vai se transformar em Casa do Patrimônio


Publicação: 26/09/2012 08:42 Atualização:

A Casa do Conde, sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte, firma parceria com o Instituto Andaluz de Patrimônio Histórico de Sevilha, na Espanha, uma referência mundial no setor, a fim de garantir, além de pesquisas e serviços, intercâmbios, formação de mão de obra e a difusão de técnicas. A informação foi divulgada, nessa terça-feira, em Ouro Preto, pelo superintendente do Iphan em Minas, Leonardo Barreto de Oliveira, ao participar do 6º Seminário Patrimônio Cultural – Conservação e restauração no século 21.

Segundo Leonardo, que chegou anteontem de Sevilha, na Espanha, a Casa do Conde, futura Casa do Patrimônio, estará interligada ao Centro de Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), que funciona no Palácio Gustavo Capanema, no Centro do Rio de Janeiro (RJ). “Minas tem a reconhecida expertise na conservação e restauração dos bens e agora ela estará institucionalizada como um centro de excelência”, disse Leonardo. A Casa do Patrimônio, que funcionará num de galpão 4,5 mil metros quadrados – havia décadas, entulhado de sucata de veículos, equipamentos obsoletos e outros materiais da antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) – será inaugurada em março do ano que vem. Além do centro de conservação, o local terá área para exposições, sede da Associação das Cidades Histórias/MG e outros serviços.

Como primeiro passo da parceria com o instituto andaluz, a superintendência do Iphan receberá a visita de técnicos espanhóis, que vão conhecer as instalações da Casa do Patrimônio e acertar detalhes dos trabalhos conjuntos. As ações terão ainda participação da Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Faop e outras instituições. Leonardo lembrou que, além da capacitação profissional, a unidade mineira vai ter um laboratório móvel, que permitirá o diagnóstico de bens culturais móveis (imagens) e integrados (altares, retábulos etc.) de monumentos do interior de Minas, sem necessidade de deslocamento até a capital. “Estamos na etapa final das obras. Já foram gastos R$ 8 milhões e serão consumidos mais R$ 7 milhões”, afirmou.

Oficinas
Promovido pela Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, o seminário tem o objetivo de discutir políticas públicas e soluções criativas para o setor de patrimônio. Segundo Ana Pacheco, presidente da Faop, “conjugar preservação e desenvolvimento é um desafio para as cidades. Por isso é muito importante que a comunidade valorize o seu acervo e se aproprie dele, tendo-o sempre como seu”, disse Ana, ao participar de mesa redonda ao lado de Leonardo Barreto; do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha/MG), Fernando Cabral; e do secretário municipal de Patrimônio e Desenvolvimento Urbano de Ouro Preto, Gabriel Gobbi.

Além de conferências, debates, exposições e mesas redondas, o seminário tem minicursos e oficinas. Na manhã de ontem, alunos de vários estados aprenderam técnicas de restauração de azulejos antigos, com a reconstituição da camada vitrificada, com a especialista de Pernambuco, Pérside Omena, e de empalhamento de cadeiras, com o gaúcho Celmar Ataídes. “Aqui em Ouro Preto temos apenas a Igreja do Carmo e uma pousada com azulejos, mas este curso nos dá condições e informações para que possamos trabalhar em outras cidades, como Belo Horizonte”, disse restaurador e gestor cultural do Núcleo de Conservação e Restauração da Faop, Ronaldo de Carvalho Martins.

Na hora de forrar o assento das cadeiras com palhinha, máxima atenção. “Há uma demanda muito grande pelo serviço, pois os móveis antigos como canapés, sofás, cadeiras e outros precisam ser recuperados”, disse Celmar. Estudante há um ano da Faop, a gaúcha Emmanuelle Branco gostou da experiência e logo pegou o jeito para fazer a trama. “Não pode é distrair”, disse. Ao lado, a paulistana Júlia Franco Vicente disse que, se tivesse aprendido antes, não teria perdido um jogo de cadeiras de sua casa. “Estou adorando o curso e aprendendo o ofício”, afirmou.

Memória
Início da capital
O galpão do Iphan foi erguido nas primeiras décadas do século 20. Já a Casa do Conde de Santa Marinha, tombada pelo estado e município, data de bem antes. Ela foi edificada em 1896 para ser residência do construtor e industrial Antônio Teixeira Rodrigues, o conde de Santa Marinha, que trabalhou na construção da capital. Conforme os especialistas, a propriedade testemunhou a ascensão e decadência do transporte ferroviário em Belo Horizonte. Localizado às margens da linha férrea, o palacete centenário, administrado pelo Iphan, integra o conjunto arquitetônico e paisagístico da Praça Rui Barbosa (Estação) e ocupa uma área de 37 mil metros quadrados. No início do século 20, o imóvel e os galpões não só abrigavam a família do conde como também atividades relacionadas ao trânsito de mercadorias. Poucos anos depois da morte do conde, em 1900, a casa foi modificada para se adaptar às necessidades: entre 1903 e 1909, ali funcionou o Colégio Santa Maria; em 1911, a Seção do Café; e depois escritório da Rede Ferroviária. 

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