Software revela a cidade de Paris através dos séculos


Por ERIC PFANNER

PARIS - Ao pintar a Bastilha em 1789, o artista francês Hubert Robert retratou a fortaleza parisiense como uma estrutura gigantesca, aparentemente impenetrável.
Mais de dois séculos depois, graças a um software de modelagem em 3-D, surge uma imagem diferente, com uma Bastilha pequena e vulnerável.

As dimensões da Bastilha ainda são conhecidas, mas mesmo um especialista na história da cidade pode se deixar levar pela hipérbole de Robert -até ver a simulação em 3-D que mostra a Bastilha aninhada entre os prédios vizinhos, sem se impor sobre eles. Agora, esse especialista poderá ver a fortaleza e aquela pintura sob um ângulo diferente.
"Era pura propaganda", disse Jean-Marc Léri, diretor do Museu Carnavalet, dedicado à história de Paris.

Essa é uma das muitas revelações de "Paris 3-D", um ambicioso projeto da empresa de softwares Dassault Systèmes, em parceria com o Carnavalet, que teve como resultado uma representação interativa e tridimensional de Paris ao longo da história.

O projeto inclui um livro e um documentário em DVD, mas seu núcleo é a maquete interativa, disponível como aplicativo para tablets.
Com um toque na tela, é possível percorrer dois milênios da história parisiense. Você pode dar um mergulho virtual nas termas galoromanas de Cluny, cujos vestígios hoje fazem parte de um museu no Quartier Latin, ou pairar sobre os telhados medievais para ver a Notre-Dame em construção.

"Paris é a cidade mais visitada do mundo e uma das mais bem preservadas, mas também tem todos esses tesouros perdidos", disse Mehdi Tayoubi, vice-presidente de estratégia digital e experiencial da Dassault.
Na sede da empresa, num subúrbio de Paris, uma instalação mais sofisticada, com telas gigantes, permite que o visitante use fones de ouvido para mergulhar a fundo na experiência 3-D. Nela, os movimentos do usuário alteram o ângulo de visão e a perspectiva da imagem.

"Paris 3-D" acompanha iniciativas semelhantes, como o "Gizé 3-D", uma versão virtual das pirâmides de Gizé criada pela Dassault com a Universidade Harvard e o Museu de Belas Artes de Boston.
A montagem de "Paris 3-D" mobilizou 20 especialistas por dois anos.

A Dassault, cujos softwares são comumente usados em aplicações industriais e de design, trabalhou com especialistas do Carnavalet e consultou mapas antigos, desenhos arqueológicos e outros registros.

Houve algumas polêmicas -sobre a cor da pintura nas termas de Cluny, por exemplo. Nesses casos, uma comissão científica teve a palavra final. Ocasionalmente, como na representação de Paris na época neolítica, foi necessário um pouco de chute.
"Trabalhamos com o que sabemos hoje", disse Tayoubi.
"Se soubermos mais amanhã, vamos trabalhar com isso."

Fonte: Folha de S. Paulo/New York Times
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/89654-software-revela-a-cidade-de-paris-atraves-dos-seculos.shtml

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